Pôster de Pantera Negra 15 de fevereiro de 2018 No cinema | 2h 15min | Ação, Aventura, Fantasia, Ficção Científica Direção: Ryan Coogler | Roteiro Joe Robert Cole, Ryan Coogler Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o Título original Black Panther
Pantera Negra: a ascensão de T’Challa e a luta pelo trono de Wakanda
Em Pantera Negra (Black Panther), o Universo Cinematográfico da Marvel nos leva para além dos campos de batalha tradicionais e nos apresenta ao reino oculto de Wakanda, uma nação africana altamente desenvolvida tecnologicamente. Após a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) retorna à sua terra natal para assumir o trono e enfrentar desafios que vão muito além de uma simples cerimônia de coroação.
A trama se desenrola logo após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, onde T’Chaka foi vítima de um atentado. Em luto e com um senso de responsabilidade crescente, T’Challa é convocado a liderar Wakanda em tempos incertos. O roteiro, escrito por Ryan Coogler e Joe Robert Cole, equilibra com habilidade o drama familiar, o legado real e as pressões políticas.
Durante a cerimônia de coroação, as cinco tribos de Wakanda se reúnem nas montanhas sagradas. Quatro delas apoiam a coroação do novo rei, mas a tribo Jabari, liderada por M’Baku (Winston Duke), se mantém à margem, questionando a legitimidade da liderança de T’Challa e a forma como Wakanda vem sendo governada.
T’Challa conta com aliados poderosos desde o início. Okoye (Danai Gurira), a general das Dora Milaje, é uma guerreira leal que protege o trono com fervor. Sua atuação transmite força, honra e um código de ética rígido. Já Shuri (Letitia Wright), irmã mais nova de T’Challa, é responsável por inovações tecnológicas que colocam Wakanda na vanguarda da ciência global.
Outro nome importante na jornada do herói é Nakia (Lupita Nyong’o), uma espiã wakandana que vive infiltrada em missões humanitárias pelo mundo. Embora ainda mantenha sentimentos por T’Challa, ela deixa claro que não deseja se tornar rainha, preferindo lutar pelas causas sociais que acredita serem mais urgentes.
O ponto de virada da história envolve Ulysses Klaue (Andy Serkis), um mercenário implacável que, anos antes, roubou vibranium de Wakanda. T’Challa e sua equipe embarcam em uma missão para capturá-lo, levando a ação para fora do território wakandano, incluindo uma eletrizante perseguição noturna pelas ruas de Busan, na Coreia do Sul.
O vibranium é um elemento central na mitologia de Wakanda. Extraído de um meteorito, ele é a fonte de toda a tecnologia avançada do reino, incluindo o próprio traje do Pantera Negra. Sua importância geopolítica é tamanha que Wakanda decidiu por séculos se esconder do mundo, temendo que outras nações quisessem explorá-lo.
Enquanto T’Challa enfrenta ameaças externas, um inimigo mais perigoso surge de dentro da própria linhagem real: Erik Killmonger (Michael B. Jordan). Ex-soldado das forças especiais dos EUA, Killmonger reivindica o trono de Wakanda como seu por direito de sangue. Sua motivação é enraizada em uma história de abandono, vingança e justiça racial.
Killmonger não é um vilão tradicional. Ele levanta questões complexas sobre opressão, colonização e o papel que Wakanda deveria ter no mundo. Sua visão de usar os recursos wakandanos para armar povos negros oprimidos pelo mundo confronta diretamente a postura isolacionista de T’Challa.
A disputa pelo trono culmina em um ritual de combate, onde Killmonger derrota T’Challa e assume o trono. A vitória do novo rei inicia uma série de mudanças em Wakanda, com a queima das ervas em forma de coração que conferem o poder do Pantera Negra, e a imposição de uma nova filosofia de dominação global.
Mesmo ferido e dado como morto, T’Challa é salvo pelos Jabari e retorna para reclamar seu lugar de direito. O confronto final entre os dois revela não apenas habilidades de luta extraordinárias, mas também uma batalha ideológica entre tradição e revolução.
Visualmente, Pantera Negra é deslumbrante. A direção de arte mistura elementos africanos autênticos com ficção científica, criando um mundo vibrante, riquíssimo em cores, trajes e arquitetura. A trilha sonora de Ludwig Göransson, junto à curadoria de músicas liderada por Kendrick Lamar, intensifica cada cena com emoção e ritmo.

O filme também se destaca por seu elenco majoritariamente negro, uma raridade em grandes produções de Hollywood. A representatividade cultural e racial foi celebrada globalmente, transformando Pantera Negra em um fenômeno sociocultural, além de seu sucesso de bilheteria.
A direção de Ryan Coogler combina ação, política e emoção em doses equilibradas. Ao abordar temas como herança, responsabilidade e justiça, o longa transcende o gênero de super-herói e se estabelece como uma obra cinematográfica com profundidade e relevância.
Com Pantera Negra, a Marvel Studios prova que é possível contar histórias autênticas e cheias de significado, sem abrir mão do entretenimento e da ação. T’Challa não é apenas um rei ou herói: ele é símbolo de liderança, sabedoria e transformação.
A recepção crítica ao filme foi extremamente positiva. O longa foi indicado a sete Oscars e venceu três, incluindo Melhor Figurino, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora Original. Foi também o primeiro filme de super-herói indicado ao Oscar de Melhor Filme.
A narrativa de T’Challa em Pantera Negra ressoa como um chamado à união e à responsabilidade social. Ao final do filme, o rei decide abrir Wakanda para o mundo, criando centros de ajuda e compartilhando conhecimento com outras nações.
Essa escolha representa uma ruptura histórica com a postura isolacionista do país e inaugura uma nova era para o povo wakandano. Ao aceitar que o verdadeiro poder vem do compartilhamento e da solidariedade, T’Challa molda um legado inspirador para as futuras gerações.
Em suma, Pantera Negra é mais do que um blockbuster. É um marco cinematográfico que uniu cultura, política e fantasia em uma das histórias mais poderosas já contadas no universo Marvel. E seu impacto continua reverberando até hoje, dentro e fora das telas.
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